As aventuras de uma formiguinha
No meio de um grande campo na zona rural havia um tamanduá. Todas as formigas deste grande formigueiro estavam ocupadas durante todo o dia sem parar e todas eram parecidas .... Todas, excepto uma!
Esta era muito pequenina, mais do que todas as outras. Ela era tão pequena, tão pequena, que sempre se sentia à parte. A formiguinha fazia tudo para ser como todas os suas companheiras, mas nada funcionava e continuava a ser diferente. Um dia ela quis saber o porque. Arranjou coragem e perguntou a uma companheira:
- Ola amiga, porque sou tão pequenina?
A amiga respondeu:
- Es pequenina, porque és diferente.
A formiguinha insistiu:
- Mas porque é que sou tão diferente?
A amiga responde de novo:
- Porque és especial.
Como a amiga lhe virava as costas e continuava a trabalhar, a formiguinha ficou triste e sem saber porque era pequena. Mas a formiguinha não deixava de pensar na sua diferença e um dia que jà não aguentava, decidiu de ir visitar o mundo para procurar resposta à sua duvida. Foi então que numa ocaso oportuna se aproximou da entrada do formigueiro e olhando à sua volta descobriu um mundo novo.
- UAUUU! E lindo!...Exclamou ela.
E foi então que se aventurou um pouco mais. Chegando mais à frente uma voz a fez parar.
- Ei! Onde vais? Perguntou-lhe o guarda formigueiro.
E ela respondeu:
- Vou dar um passeiozinho.
- Então está bem, mas não te percas. Diz ele de novo de voz grossa.
A formiguinha ficou toda contente e la seguiu para sua aventura.
Desta já me safei. Diz ela toda contente.
Depois de ter andado um pouco, encontrou suas amigas que transportavam de tudo um pouco para sua reserva do inverno. Aproxima-se a uma e pergunta:
- Olá! Porque vão tão carregadas?
A companheira respondeu:
Para que de inverno termos que comer.
Ahhh! então está bem!! Diz ela assinalando com a cabecita.
Então para onde vais? Pergunta a outra.
Eu, vou dar um passeiozito. Diz a formiguinha.
Fazes bem, mas tem cuidado, não te percas. Responde-lhe ela continuando sua viagem, encolhendo os ombros ela pensa.
Outra vez a mesma musica.Depois disto, a formiguinha continua sua aventura. Foi andando... andando...andando, sempre com os olhitos bem abertos a mirar a paisagem. Cada vez que se entranhava mais, o seu espanto era maior, pois estava a descobrir um mundo novo. Já um pouco cansada e depois de muito andar, encostou-se um pouco para descansar na sombrinha de uma árvore. Como estava um pouco cansada, fechou os olhos e adormeceu. Foi então que ouviu uma voz dizendo:
- Ola pequenina que fazes por aqui sozinha?
E ela respondeu:
- Vim conhecer este mundo que è tão bonito, mas estou tão cansada que parei um pouco. Mas, quem és tu?
Meia adormecida a formiguinha olhava à volta dela para ver quem lhe falava.
- Sou eu. Continuava a voz meiguinha.
- Mas, tu quem és? Eu não vejo ninguém, sou tão pequenina.
Levantando-se a formiguinha deu dois passos para a frente e insistiu.
- Diz là então! Mostra-te!
- Mas, eu estou aqui, ia continuando a voz.
- Mas, onde? Perguntava ainda a formiguinha olhando para todos os lados.
- Olha aqui! Dizia a voz. Mais acima!
- Mas, quem és?
- Sou o sol, não me vez a sorrir para ti.
Nesse mesmo momento a formiguinha levanta a sua cabecinha e encara com uma luz muito forte e que era muito quente.
- Es tão brilhante que quase não posso olhar para ti, dizia a formiguinha.
- Mas não olhes, que eu ilumino a paisagem com os meus raios e assim jà me vez melhor.
- Mas, como te posso ver em baixo, se tu estas tão alto?
- Podes ver-me porque sou eu que dou esta cor amarela aos campos.
A formiguinha estava tão maravilhada com o que estava a ouvir que ela sorria de contente.
- Diz-me la formiguinha, o que é que andas aqui a fazer sozinha?
- Eu, sai do formigueiro para descobrir o mundo, porque sou diferente e eu gostava de saber porque.
- Ah! sim! Linda aventura. Então podemos fazer um pouco de caminho juntos.
De tanta alegria a formiguinha bateu as palminhas e meteu-se a andar e o sol acompanhou-a. Foram falando sobre como era a natureza o que era bom e o que era mau. Chegado a um certo momento e já depois de muito conversarem a formiguinha sentiu fome. E por sorte mesmo ao seu lado estava uma migalhinha de pão. O sol ao ver também disse-lhe:
- Come que é bom.
A formiguinha curiosa provou.
- Ai! Que é tão bom! exclama ela depois de ter engolido a migalhina. Como se chama isto?
- E pão, respondeu o sol. Olha ali outra, come, estas à vontade.
Vendo as migalhas que o sol lhe mostrava a formiguinha levou outra à boca e comeu. Pouco tempo depois e com a barriguinha cheia, a formiguinha e o sol seu amigo meteram-se a caminho. Eles assim iam, arranjando sempre um assunto qualquer para alimentar a conversa, quando a formiguinha que estava cheia de sede parou e disse:
- Esta muito calor e tenho muita sede tenho que beber um pouco de agua.
Olhando a volta dela a formiguinha viu um pocinho de agua e aproximou-se.
- Já achei agua, diz ela.
- Acautela-te, não caias para dentro que te afogas, avisa-a o sol.
- Não te preocupes eu não cai-o.
Feliz de poder saciar sua sede a formiguinha inclinou-se para beber. Ao mesmo tempo quando se inclina para frente a formiguinha desequilibra-se e cai no charco. Atrapalhada, ela tenta manter a cabeça acima da água quando foi salpicada por uma grande gota que rolou a seus pés e faz-se vermelha quando ela abre os olhos. Assustada a formiguinha olha para as bolinhas redondas que formam as cerejas que caíram da cerejeira debaixo da qual ela tinha adormecido.
Assim se terminam as aventuras de uma formiguinha que visitou o mundo através de um sonho.
FIM
Gabriela da Fonseca