Capítulo 7
As núpcias de Chiara tinham-se passado há um mês. Simples, sem ostentação, a moça tinha uma preferência por tudo o que era modesto. Diante da teimosia de Chiara para impor a sua opção, Sylvia Maltese teve que abaixar a cabeça, tanto quanto ela encarou-se com a cara fechada de Fabio e a intenção de Giuseppe de não prognosticar sobre este assunto. Francesco não esperava mais nada que o momento onde Chiara concordara em ser sua esposa e assim desfrutar de sua fortuna.
Vestida com uma túnica com corpete recortado e adornado com bombardeias os pulsos, Chiara estava caminhando sozinha nas cercas verdejantes do palácio di Falco, que agora era sua casa. Setembro se aproximava do fim e com ele, as noites estavam ficando mais frescas de dia a dia. E assim seus passos a levaram para o centro do terraço onde ela nunca mais se tinha aventurado e a fonte do diabo com chifres lhe apareceu. Era como se um ímã a atrai-a, ela caminhou até a estatua, sem ser capaz de destacar os olhos. Sua mente lutava contra a má influência que emergia da estátua, mas não podia parar, o seu passos a levando mais e mais perto.
O grito que saiu de sua garganta era ensurdecedor, progredindo através dos corredores vazios da casa. Aterrorizada, ela olhou para sua mão que havia tocado o rosto de demônio monstruoso. Um terrível incêndio parecia se espalhar da pontas dos seus dedos, correndo o seu corpo até os dedos dos pés e fazia bater o seu coração de forma maçante. Ofegante, ela olhou para cima e encontrou os olhos da criatura que parecia fixá-la com luxúria, um sorriso demoníaco ampliando sua boca. Aterrorizada, Chiara deu dois passos para trás e virou sobre si mesmo para fugir desse lugar amaldiçoado.
Como ela chegava até a escada que leva ao andar de baixo, ela foi desafiada por um homem que ela não reconheceu imediatamente. Na sua loucura, e, como resultado da surpresa, ela soltou um grito de terror novamente.
- Chiara, mas o que aconteceu?
A voz de Giuseppe não foi suficiente para tranquilizá-la, ela continuou a gritar tanto que ele a esbofeteou. Cheia de nervos, Chiara desabou contra o peito de seu sogro. Dobrando-se em dois, Giuseppe levantou-a e levou-a para dentro, onde ele logo a deitou no sofá que tinha vindo se ajuntar aos outros móveis: sinal da riqueza que ela tinha trazido com seu dote .
- Luísa! Giuseppe di Falco gritou.
- Signore, chamou-me? Teve tempo para perguntar a menina antes de ver sua senhora deitada nas almofadas. Signora! Mas o que é que lhe aconteceu?
- Não fique ai sem fazer nada! Giuseppe gritou, traga-me um copo de grappa!
Com passos largos, Luísa foi até uma mesa onde uma garrafa de vinho estava pousada. Pegou num copo, encheu-o e trouxe-o para Giuseppe.
Os lábios de Chiara ficaram coloridos de vermelho quando o líquido os molhou. O vinho marcou sua língua com um sabor forte e penetrante, trazendo vida e cor ao rosto da jovem.
- Chiara?
A voz Giuseppe tinha amolecido. Enquanto a moça abria os olhos e tentava se recuperar, ele tentou lhe perguntar, empurrando-a suavemente sobre as almofadas.
- O que aconteceu, parecia que tinha visto um fantasma ou um demônio?
- O diabo! Sim, o demônio da fonte ... ela sussurrou, enfraquecida.
- A fonte? Ele exclamou, surpreso. Ah, sim! A fonte no pátio. A estátua?
- Sim a estátua. Mas você tem certeza que é uma estátua? A coisa sorriu para mim, e eu vi seus olhos. Ele olhou para mim como se lhe pertencia. E esse fogo em mim ... Senhor ...
Um momento um raio de triunfo surgiu nos olhos de Giuseppe e morreu quase imediatamente. Sua mente estava trabalhando a toda velocidade. Exaltado, ele queria cantar vitória. Ele não se tinha enganado. Ela era a que meteria o Escolhido no mundo. Um ser puro e perfeito.
Mantendo seus ressentimentos com dificuldade ele se levantou e foi servir um copo de grappa. Chiara libertada de suas garras sentou-se no sofá arranjando o seu cabelo
- No entanto, é uma estátua ... Eu acho que, doce Chiara, que de repente você está muito emocional. Sem dúvida, este casamento com um companheiro sempre ausente.
Neste retorta, Chiara acrescenta:
- Ausente? Sou casada com uma sombra que só vi no dia do meu casamento e fugiu durante a noite. Sem dúvida, ele quis evitar a minha intimidade.
Claro que não Chiara, não é isso! Tentou negar Giuseppe, Francesco foi forçado a sair, ele não escolheu, porém tenho certeza que ele vai voltar em breve.
- Neste momento, com certeza, sim. Francesco disse da entrada da sala, aproveitando-se do elemento surpresa.
- Francesco!
Giuseppe, na sua surpresa, só pode murmurar o nome de seu filho. Ele atravessou a sala se ajuntar aos grande passo para ir ao encontro dele. Pai e filho se abraçaram com um abraço. Sobre o ombro de Francesco, Giuseppe teve tempo de ver um deslizamento de sombra na grande escadaria e subir as escadas. Sem procurar o olhar de seu filho, liberou suas garras.
- Meu filho não nos avisas-te da tua chegada. Mas vem aqui, ele disse, segurando-o pelos ombros.Tua esposa está desesperada para te ver.
- Chiara Sério? Ele perguntou, surpreso com a jovem que se tinha levantado e os olhava.
Num momento ele a fixou como se estivesse a sondá-la. Incomodada, Chiara olhou para baixo. Neste simples piscar de olhos, o rosto de Francesco iluminou-se com um sorriso como se tivesse encontrado a resposta para uma pergunta específica. Aproximando-se dela, ele pegou a mão dela e trouxe-o aos lábios que colocou suavemente em sua palma da mão.
- Agora eu lamento não ter voltado mais cedo, e quase ter ido embora. É uma infelicidade de tê-la deixado sozinha na nossa lua de mel. Então, eu estava errado e fiz mal. O que você acha Chiara mia?
- Então, olhe, não me atrevo responder-lhe. Disse ela sem olhar para cima.
- Faça Sim. Atreva-se. Insistiu ele.
Lentamente, ela levantou os olhos e fintou-o atentamente.
- Não. Isso não se faz.
Os olhos verdes de Francesco não deixavam os de Chiara. Ela começou a sentir-se como que enfeitiça sob seu controle. O mesmo sentimento impregnado do fogo, tendo cada um de seus músculos em um incêndio que seria difícil de parar. Confusa, ela deu um passo atrás quando ele roçou o rosto com um dedo acariciando.
E o que é que você sabe disso?
Do que se tem a saber, disse ela. Nada mais, nada menos.
A alguns passos para trás, Giuseppe se impacientava sem desviar os olhos do casal. Ele não entendia a atitude inabitual do seu filho. Ele lançou um olhar por cima do ombro, escrutinando a escuridão onde ele tinha visto a sombra subir escadas Ele estava certo de que o amante de seu filho estava lá. Então, nesse caso, por que é que ele estava a perder seu tempo jogando o marido apaixonado? Isto não se parecia com ele e Giuseppe queria saber o motivo de seu comportamento.
Mas a cabeça-a face se eternizava por um momento, Giuseppe viu o rosto de Francesco se inclinar para a frente e chegar perigosamente perto dos lábios de Chiara. Este foi o sinal que ele teve de intervir.
O barulho de vidro quebrando no chão assustou o casal.
- Por favor, perdoe minha falta de jeito, deixei cair o meu copo. A emoção, provavelmente. Giuseppe disse com uma voz estranha.
- Cortou-se? Perguntou Chiara preocupada.
- Não, não se preocupe. Apenas cacos de vidro.
Um silêncio pesado estabeleceu-se entre eles. Chiara não ousava falar. O olhar severo de Giuseppe estava estranhamente apontado para eles, enquanto Francesco olhava para seu pai sem dizer uma palavra. A angústia maçante subiu nela e ela pensou que ia desmaiar e teve dificuldade para articular:
- Messers, vou os deixar e ir para meus apartamentos, fiquem bem. Tenham uma boa noite.
Com essas palavras ela se virou para Francesco.
- Muito bem, Cara Mia, você parece muito cansada, de fato.
Fransceco tinha falado com uma voz suave e Chiara não pôde deixar de sorrir para ele. Ela tinha dado alguns passos quando ele acrescentou:
Ele falou com uma voz suave e Chiara não pôde deixar de sorrir para ele. Ela tinha dado alguns passos quando ele acrescentou:
- Eu irei cumprimentá-la se você não estiver já a dormir.
Chiara assentiu e saiu da sala sem olhar para Giuseppe, cujos olhos estavam fixos nela.
A Chiara partida, os dois homens ficaram sozinhos face a face. Nos seus rostos podia-se ler a mesma determinação para não ceder ao outro.
Foi Francesco, que interrompeu seus monólogos silencioso.
- Bem pai, por que não diz nada? Por que é que não me joga a sua rancor á cara, como nos bons velhos tempos?
- Rancor? Não se trata de rancor Francesco. Eu não posso ter rancor por um filho que age com sua esposa como deve ser. Um pouco tarde, eu diria, mas sobre o que tem a ver com vocês, Chiara e tu, as coisas são diferentes.
- Diferentes, porque é seu desejo. Mas não foi você que a escolheram para mim? Com seu rosto bonito, a vasta fortuna que mais lhe agrada?
- Mas o que é que tens Francesco? Descobriste em ti uma paixão para as mulheres? Francesco empalideceu as palavras de seu pai, que disse sarcasticamente.
Não há dúvida de que a sombra que eu vi no corredor que você terá o prazer de compartilhá-lo e que Chiara vai encontrar a felicidade em vê-lo passar todas as noites numa cama diferente? Não? Mas então o que é que tu vais fazer?
Surpreso com as provocações de seu pai, Francesco ficou silencioso. A tolerância que Giuseppe sempre mostrou com ele, e isso em todas as circunstâncias desde o seu nascimento, fez dele um homem sem temperança endoidecendo-se com os mais selvagens prazeres sem limite entre o bem e o mal.
- Não pai, não descobri uma paixão louca para as mulheres. Disse Francesco ácido. Mas é verdade que sou casado e tenho a intenção de exercer meus direitos, como qualquer marido que se preze.
- Giuseppe ofegou, surpreso com o discurso de seu filho. Treinado com monólogos diante do quais ele devia fazer prova de diplomática, ele estava naquele momento incapaz de manter a calma. Levantando um dedo para seu filho, aproximou-se dele quase a tocá-lo.
- Tu ouves o que estas a dizer? Sem ter levantado a sua voz, ele impressionou Francesco que recuou. Achas que eu vou deixar destruir o que me levou tanto tempo para implementar?
- Estes são os seus sonhos pai, ilusões de um estúpido! Francesco gritou com desprezo. Sonhos de um velho senil!
Com um passo grande Giuseppe aproximou-se novamente de Francesco e segurou-o pelo pescoço com uma mão de aço.
- Será que são os sonhos de um tolo querer colocar o nome de sua família em alturas que ninguém mais poderá alcançar? Nem sempre pensas-te isso, meu filho.
- Eu sempre pensei que isso pai. Francesco disse puxando o punho de seu pai para lhe escapar.
Seus rostos estavam quase se tocando e por alguns segundos eles se estabeleceram. A mesma fúria se lia nos seus olhos verdes. A voz de Francesco estava cheia de aflição quando ele falou novamente.
Eu sempre pensai isso, mas nunca disse nada. Eu queria o deixar com o seu sonho, e depois da morte da minha mãe, nunca mais pensei nisso.
- O que é que essa doida tem a ver nisso? Giuseppe gritou, removendo a mão da garganta de seu filho.
Finalmente libertado Francesco começou a voltar, esfregando o pescoço.
- Tem a ver que era minha mãe, e não era doida como tu dizes, ela sabia de teus planos. Ela sabia o que tu pretendias para mim e isso a matou.
Francesco gritava sua raiva, á tanto tempo contida.
- Ela foi ver um clérigo, um grande, o Cardeal Lorenzo Ferrare, que não acreditou nela que parece estava exaltada. E é por ter sido abandonada por todos e da própria Igreja, que ela se deixou morrer.
Francesco estava respirando com dificuldade. O seu peito arfava ao ritmo de sua respiração, oprimida pelos sentimentos extremos que invadiam sua mente e finalmente encontrava sua caminho para fora.
- O Cardeal Ferrare? Ela viu o cardeal Ferrare? Então, ela era realmente louca. A voz de Giuseppe atacou o ar seguida de uma risada sinistra.
Depois lentamente, ele acalmou sem poder impedir que seu corpo continue de sobressaltar, quando o riso lhe vinha de novo á garganta. - Então aji tarde demais, murmurou ele para si mesmo mas, não suficiente baixo para que o Francesco não o possa ouvir.
- Tarde demais? En que ordem tu agiste tarde demais? A voz de Francesco tremia. Pai?
Com olhar de espanto, Giuseppe fixava a parede atrás de seu filho, como se pudesse ver além das pedras. Depois seus olhos forma se pousar sobre Francesco e parou gravando na sua mente as palavras do rapaz.
- Eu pedi-lhe para se calmar, disse ele escolhendo as palavras. Tinha-lhe dito que toda a gente iria dizer dela que era doida, que ninguém iria acreditar mas, ela não me ouvia, ela estava histérica. Eu balancei-a e ela começou a gritar. Não conseguia acalmá-la. Dei-lhe uma esbofeteada e ela caiu e bateu com a cabeça na lareira.- Olhando para seu filho, Giuseppe fez uma pausa antes de continuar. Ela morreu instantaneamente.
O grito de Francesco encheu a sala propagando-se no palácio inteiro.
- Mataste-a? Assassino, então ela não morreu de consumo como me disseste na época. Minha mãe, mataste-a?
Francesco chorava, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, em seguida, num impeto saiu o punhal preso ao cinto e acenou para o nariz de seu pai. Seu corpo tremia por completo, os olhos arregalados fixos nos de Giuseppe. Seus pensamentos estavam fervendo na sua mente.
Então em um último grito sufocado na garganta, correu para fora da sala, deixando atrás de si o primeiro homem que lhe tinha trazido até á boca o desejo de matar.
Capitulo 8
O punhal ainda apertado na mão direita, Francesco foi a grande passos para escadaria que leva ao andar de cima. As últimas palavras gritadas pelo seu pai chegaram-lhe quando ele tinha alcançado o topo.
- Não toques na Chiara. Não lhe toques senão vou te matar também.
Francesco parou colocando a mão no corrimão, ele olhou por cima do ombro, enquanto um sorriso mau barrava seus lábios. Sem olhar direção de seu quarto onde o seu amigo o esperava, alistou-se no corredor atrás dele, levando para os apartamentos de Chiara.
Sentada na frente de uma penteadeira decorada com um grande espelho Chiara deixava pentear seus cabelos pelas mãos suaves de Luísa. Ainda sob a influência da emoção que havia sentido em contato com Francesco, ela agradeceu o céu que Luísa originalmente tão falante, tenha esta noite decidido permanecer em silêncio. O pente escorregava na seda de seu cabelo com um gesto regular e suave.
Chiara lentamente sentiu seus nervos relaxar uma ligeira sonolência que a apreendia pouco a pouco.
Piscando na luta contra a torpor que a invadia ela sobressaltou quando a porta de seu quarto foi aberta de repente deixando a passagem para Francesco.
- Fora daqui, ele gritou na direção de Luísa.
Um aceno para Chiara, Luísa colocar o pente e saiu da sala.
Tão logo a porta se fechou atrás Luísa, Chiara levantou-se e enfrentou Francesco.
Francesco, eu não estava esperando sua chegada. Ela disse com uma voz tremendo um pouco. Vestida com uma camisola com tecido fino revelava os contornos do seu corpo, a ira de Francesco caiu deixando forma de uma emoção viva e inesperada, que o perfurou como uma flecha
que vinha de atingir o seu alvo.
- Portanto eu disse que viria cumprimentá-la!
A voz de Francesco tinha-se tornado suave. Ele avançou alguns passos e a lâmina do punhal brilhou na mão dele, fazendo recuar Chiar de alguns passos.
Francesco percebeu seu movimento e tentou tranquilizá-la.
- Não se preocupe Chiara, não lhe quero nenhum mal..
- Mas esta adaga? Ela perguntou ansiosamente.
- Ho! Isso. Ele exclamou, atirando o punhal descuidadamente sobre a cama. Não vou precisar dele aqui, eu acho. Não é Chiara?
Ele tinha aproximado dela e acariciava seu rosto com uma mão, levantando-lhe o queixo e gentilmente depositou um leve beijo em seus lábios, enquanto a envolvia e a pressionava contra ele.
- Não, você não precisa dele. Ela conseguiu dizer antes que ele a beije novamente.
O beijo foi longo e sensual eletrizando o corpo de Chiara. Francesco deslizou as mãos nas suas costas fazendo-a gemer de prazer. Ele inclinou-se a portou-a ligeiramente na cama e deitou-se sobre ela. Sem parar de a beijar que ele explorou seu corpo com uma mão ansiosa e encontrou o fim da camisola que ele subiu para cima revelando a perna fina. Seus dedos lentamente vagavam sua pele nua e tentaram alcançar a intimidade de Chiara. Surpresa a jovem estremeceu mas não impediu de continuar a acariciá-la. Ela esperou quando ele se levantou para pegar sua camisa branca sobre sua cabeça e beijou-a quando se deitou novamente em cima dela. Ele estava desamarrando as calças com uma mão febril quando ele sentiu-se atraído de para trás com força.
- Com que então fizeste-me vir até aqui para que eu possa assistir á tua reprodução com esta vulgar fêmea?
Os gritos de Giulio Sentorelli, ressoaram no quarto. Francesco levantou-se e correu diretamente para a frente atingindo o rosto de Giulio. Giulio, respondeu mas só conseguiu perder o equilíbrio e caiu na cama onde Chiara estava curvada. Cheia de medo, ela lentou-se ajustando a camisola e encostou suas costas contra parede, incapaz de fazer um só movimento. Os dois homens lutavam com raiva. A força igual nenhum dos dois queria sedar ao outro. Quando as mãos de Francesco cercaram a garganta de Giulio, ele sufocou. À beira da asfixia, ele libertou um braço sua mão crispou-se sobre o lençol que trouxe de volta o punhal ao escopo. Seus pensamentos fluíam, desordonando sua mente. Tão logo que sua mão tinha agarrado o punho da arma, ele não hesitou e enfiou a lâmina para o lado de Francesco arrancando-lhe um grito que se misturou com o da Chiara. Atordoado com a dor sua mão pousada sobre a ferida aberta, Francesco levantou-se e caiu para trás. Nisso Chiara correu e ajoelhou-se ao lado dele.
- Francesco!
Os olhos revertidos pelo horror, Francesco olhava para ela soprando.
- Chiara! - Ele falava com dificuldade. - Vai buscar meu pai.
Chiara olhou para a cama na frente da qual Giulio pé e olhava para eles como se não os via.
- Eu não posso deixá-lo sozinho com ele, ele ...
Um grito de espanto surgiu de repente, interrompendo Chiara. Giuseppe correu para seu filho, enquanto Chiara se recuperava o punhal na mão.
- Giuseppe! Exclamou proibido.
- Ela matou-o. Gritou Giulio achando ali a brecha que iria exonerá-lo aos olhos do Conde di Falco. Francesco só queria consumir o seu casamento para lhe dar um herdeiro, ela matou-o. É uma assassina.
- Não! Não, não fui eu! Eu não o matei!
A voz de Chiara era baixa como um sopro de ar tentando encontrar a saída do labirinto de sua mente perturbada.
Ajoelhado, Giuseppe gritou seu desespero quando seu filho respirou seu último suspiro. Após longos minutos afogado em tristeza e dor, ele levantou o corpo e colocou-o suavemente sobre a cama. Diante de seus olhos para sempre fechados de Francesco, Giuseppe gritou, apertando as mãos do seu filho como se esperava lhe dar vida
- É melhor sair daqui e nunca mais voltar messier. Ele disse com uma voz que parecia vir do além-túmulo. Quanto a você! Acrescentou ele, apontando Chiara, cujo rosto estava banhado em lágrimas. Faça o favor, espere no salão, até eu decidir o seu destino.
Com isso, Chiara fez um passo em frente, a fim de se defender enquanto Giulio saia de cena a correr para o quarto de Francesco.
- Giuseppe não fui eu, eu não o matei Eles lutaram, ele tirou a punhal e ...
- Peço-lhe, senhora, faça o que digo e vá se embora, antes que eu a ajude se juntar a ele no túmulo.
Tremendo em cada membro, Chiara deixou cair o punhal que caiu no chão de mármore e desapareceu correndo nas escadas para o salão
De volta ao salão, Chiara desabou no sofá, que ela havia deixado no início da noite. O corpo tremendo com soluços, ela afundou em desespero quando a voz de Luísa surge em seu subconsciente.
- Signora!
Ao ver a Luísa, Chiara enxugou suas lágrimas com uma mão furiosamente.
- Luísa! Ele morreu .... eu
- Eu sei signora, eu ouvi tudo. Ela disse num tom de confiança. Signora, devemos fujir ele quer trancá-la em um convento.
- Um convento? Mas o que é que estas a dizer? Ele disse que ia me matar.
Luísa fez um sinal da cruz com as palavras de sua dona e acrescentou
- Ele nunca vai fazer isso, ele gosta de você .
Ao ver, o mal-entendido que se lia nos olhos de Chiara, Luísa continuou.
- Você é demasiada importante para ele, mas eu não sei como explicá-lo. Signora lembre-se do que seu pai lhe disse Você deve ir a Veneza.
Chiara endireitou
- Meu pai? Devo ir ver meu pai. Vá vamos Luísa, vais me acompanhar
Enquanto falava, ela correu para a porta e foi detida pela voz de Luísa
- Seu pai já não é deste mundo signora. Ele entrou no reino dos céus no dia do seu regresso a Florença.
- Morto? Meu pai morreu?
Chiara tinha empalideceu, o sangue retirando-se quase completamente de seu rosto.
- Por que ninguém me disse nada? E como sabes? Fala!
- Giovanni, o cocheiro é meu amante, ela disse, corando. Recentemente, ele me enviou uma nota na qual falava da morte do nosso mestre. Não me atrevi dizer-lhe, você parecia já tão infeliz.
A voz de Giuseppe gritando seu nome assustou Chiara e Luísa correu para sua dona levando a um canto da sala. Atrás do armário onde os espíritos eram mantidos, ela pressionou uma pequena alavanca. A parede à esquerda do enorme aparador retraído afastou-se e francamente Luísa empurrou Chiara na abertura e engolfou com ela.
Uma escada estreita levava a uma sala quadrada, onde dois sacos de linho grosseiro estavam colocados no chão. Como se ela tivesse sido habituada, Luísa pegou neles e abriu uma pequena porta em grande levando para o exterior. Seguida por Chiara, Luísa correu ao longo de um caminho que contornava o palácio do lado esquerdo. Dois cavalos pastavam relva gorda e vieram trotando em sua direção, o assobio de Luísa, que mostrava á Chiara as duas seladas escondidas sob um monte de folhas secas
- Luisa já estava tudo preparado? Mas como sabias, que ...?
- Depressa signora, vou explicar mais tarde.
Eles eram mais do que um ponto escuro quando Giuseppe di Falco, depois de ter procurado Chiara por todo o palácio, correu para o terraço de onde ele a observou até que seus olhos não possam ver mais nada além de escuridão da noite
O seu coração batendo ao ritmo do galope do seu cavalo, Chiara deixou seus pensamentos levá-la ao lugar mais perto daquele que nunca havia saído dos seus pensamentos e vivia na sereníssima cidade de Veneza.